O agrofotovoltaico está abrindo mais oportunidades ao setor rural e de energia solar
O agro e a energia solar sempre viram a parceria de forma positiva e agora essa parceria pode ser ainda mais forte entre esses dois segmentos. Novas tecnologias de instalação e equipamentos, somadas ao maior conhecimento do impacto do sombreamento intermitente sobre plantações têm trazido mais confiança aos produtores rurais em diversificar suas fontes de renda, mas não somente variando as espécies de plantio, mas também com a inserção de usinas solares em áreas que, anteriormente, eram exclusivas para plantar.
Conforme diversos exemplos já publicados em revistas especializadas no setor solar, já é comum encontrar fazendas híbridas onde elas tanto produzem alimento como também energia elétrica. Esta energia elétrica pode ser voltada tanto para consumo interno, através de usinas off-grid ou on-grid, ou também para ampliar as entradas financeiras do produtor rural com usinas no modelo de geração compartilhada, também conhecidas como usinas de assinatura ou locação.
Ter uma fonte de renda extra traz mais segurança ao produtor rural em relação as suas entradas financeiras e propicia maior proteção contra quedas de produção ou safra. Além disso, a inserção de sistemas solares assim como no residencial, comercial e industrial, valorizam a propriedade rural com o adicional de reforçar a agenda ambiental com uma produção agrícola ainda mais sustentável.
Além disso, o sistema solar instalado sobre plantações tem benefícios adicionais na geração de energia elétrica, já que a transpiração natural das plantas colabora na diminuição da temperatura dos módulos solares, melhorando a geração de energia elétrica do sistema fotovoltaico. Em um estudo de uma usina solar instalada sobre uma plantação de tomates foi observado uma redução de até 6,5% da temperatura dos módulos em comparação com um sistema solar instalado convencionalmente. Essa redução de temperatura gerou melhor performance do sistema solar, um rendimento 18% superior na geração de energia elétrica e, dependendo do modelo de negócio, trará maiores recursos financeiros ao produtor rural. Outros estudos relatam resultados simulares, principalmente, em relação a maior geração de energia elétrica pelos sistemas agrofotovoltaicos.
Mesmo com grandes oportunidades que o agrofotovoltaico venha a trazer, esses projetos precisam de cuidados adicionais que vão além da instalação dos módulos e estruturas, já que devem também cuidar que o plantio possa receber a insolação necessária para o crescimento do cultivo. Então, a inserção de módulos translúcidos ou estruturas orientadas de forma otimizada em relação a orientação solar faz com que o plantio possa receber as horas de radiação solar que precisem para produzir de forma eficiente e para que uma oportunidade não atrapalhe a outra.
Um ponto de atenção para o produtor rural brasileiro que deseja investir em uma fazendo híbrida é sobre a infraestrutura de rede elétrica para receber uma usina solar de maior porte. Essa rede elétrica localizada em área rural pode ser deficitária para o aproveitamento total da propriedade onde investimentos adicionais podem aumentar o tempo de retorno financeiro do investimento.
Mesmo assim, o agrofotovoltaico é uma ótima oportunidade ao setor rural e está disponível para a aplicação no Brasil. O agronegócio é uma das maiores forças do PIB brasileiro, mas em especial o pequeno produtor rural está mais suscetível a perdas de produção mediante secas, enchentes ou menor capacidade tecnológica na sua produção. Então, por que não ampliar as oportunidades com uma tecnologia segura, competitiva e com retornos significativos e de alta previsibilidade como os sistemas solares?